A dislexia é uma dificuldade primária da aprendizagem que afeta a leitura, escrita e soletração, podendo envolver uma combinação dessas dificuldades. Geralmente, essa condição é hereditária, sendo possível que a criança tenha parentes, como pais, avós ou tios, também afetados pela dislexia. Embora seja mais comum em crianças, também pode afetar adultos, independentemente do sexo.
É importante destacar que as crianças com dislexia não são menos inteligentes; muitas delas possuem um grau de inteligência normal ou até superior à média da população. A dislexia não deve ser motivo de vergonha, pois várias pessoas bem-sucedidas, como Tom Cruise (ator), Agatha Christie (autora) e Thomas Edison (inventor), enfrentaram essa condição.
Pré-Dislexia – Sinais para Pais Atentos
Na pré-escola, podem surgir sinais que indicam a pré-dislexia. A criança pode apresentar atrasos na aquisição da fala, pronúncia incorreta de palavras, dificuldade em aprender cores, números, copiar seu próprio nome, compreender formas geométricas, dificuldades em atividades motoras, distúrbios do sono e dificuldade em entender o que está sendo dito. Além disso, a criança tende a ser esquecida e pode ter dificuldades na noção de sequência temporal.
A intervenção (tratamento) durante a fase de pré-dislexia é crucial, pois quanto mais cedo ocorrer, melhores serão os resultados, como é o caso de outros transtornos.
Entendendo a Dislexia – Funcionamento do Cérebro
O cérebro humano possui diferentes áreas responsáveis por funções específicas. A área esquerda do cérebro, por exemplo, desempenha um papel crucial na linguagem, com três subáreas distintas: uma para processar fonemas, outra para analisar palavras e a última para reconhecer palavras. Essas subdivisões trabalham juntas, permitindo que uma criança aprenda a ler e escrever.
No entanto, o cérebro de pessoas com dislexia funciona de maneira diferente devido a falhas nas conexões cerebrais. Durante a leitura, os disléxicos recorrem apenas à área cerebral que processa fonemas, o que resulta em dificuldade em distinguir fonemas de sílabas. A região cerebral responsável pela análise de palavras permanece inativa, tornando difícil para a criança disléxica reconhecer palavras previamente lidas. A leitura se torna um esforço constante, já que cada palavra parece nova e desconhecida.
Sinais da Dislexia
Na fase de alfabetização, os sinais de dislexia incluem dificuldades na fala, aprendizado do alfabeto, coordenação motora para letras e números, preensão do lápis, separação e sequenciamento de sons, dificuldade em rimar, discernimento entre fonemas semelhantes (como t/d, g/j, p/b), confusão de letras com orientações espaciais (b/d, d/p, n/u, m/u) e dificuldade em compreender orientações temporais (ontem, hoje e amanhã).
A partir dos 7 anos de idade, os sinais podem incluir dificuldade na nomeação e memória de trabalho, lentidão nas tarefas escolares, reclamações sobre a dificuldade de leitura, omissão de letras em palavras, memorização sem compreensão, dificuldade de planejamento e organização, leitura abaixo do esperado para a idade, dificuldade em soletrar, cópia do quadro, caligrafia desleixada, desafios de percepção espacial, confusões direita/esquerda, acima/abaixo, frente/atrás, trocas de palavras e alta ou baixa tolerância à dor.
Dos 7 aos 12 anos, os sintomas podem incluir erros na pronúncia de palavras longas ou complexas, confusão de palavras de sons semelhantes, uso frequente de palavras vagas, dificuldade em memorizar datas ou números de telefone, pular partes de palavras com muitas sílabas, substituir palavras difíceis por mais simples, erros de ortografia, escrita confusa, dificuldade em terminar provas, medo de ler em voz alta e mais.
A partir dos 12 anos, os sinais podem englobar erros na pronúncia de palavras complexas, nível de leitura abaixo dos colegas, inversão da ordem das letras, dificuldade em soletrar, leitura lenta, evitação de leitura e escrita, dificuldades em matemática que envolvam leitura, aprendizado de línguas estrangeiras e dificuldade na redação.
Prevenção e Tratamento
A prevenção pode começar na primeira infância, com pais e professores atentos aos sinais de alerta. É importante ressaltar que os sintomas não confirmam a dislexia; apenas indicam um distúrbio de aprendizagem. O diagnóstico deve ser realizado por um profissional capacitado. A terapia precoce oferece os melhores resultados e pode envolver encaminhamento para fonoaudiólogo, psicólogo, neurologista, oftalmologista e outros especialistas, conforme necessário. Se precisar de ajuda, pode contar conosco. Saiba mais em Centro de Fonoaudiologia.